terça-feira, 15 de julho de 2014

NAUFRÁGIO

Naufrágio
Poema de Sebastião da Gama

Não era por mal ...
A onde que vinha...
não vinha por mal.

Mas veio, mas veio ...
E logo a barquinha
partiu pelo meio.

Nem homens, nem velas.
- Quanto a bordo ia,
com fé abalara,
morreu já sem ela.

Mas, se a onda veio,
não veio por mal :
era irmã daquela
que chegou à praia,
que embala barquinhos,
de meninos pobres.

Os meninos brincam.
Navegam em barcos
feitos de cortiça,
feitos de jornal.
Quase à mesma hora,
longe, os pais naufragaram
sem nenhuma ajuda .

Mas não é por mal ...

Sem comentários:

Enviar um comentário