Quatro Mil Soldados
Poema de Sebastião da Gama
Ra ta plá ta plá
quatro mil soldados...
vão mecanizados
pela estrada fora.
Sereninha a hora,
manhã linda, linda,
mas os quatro mil
marcham indiferentes.
Ra ta plá ta plá
que bonito é!
Mas à volta há flores
e nenhum as vê.
Passam andorinhas,
dizem-lhes recados.
De olhos encantados,
passam raparigas.
Ondas lhes acenam.
Melros e pardais
fazem-lhes sinais
pela estrada fora.
Mas os quatro mil
vão mecanizados.
Passos acertados
pelo rataplã;
os ouvidos dados
só ao rataplã;
olhos cegos, cegos,
coração entregue
só ao rataplã
(Ra ta plá ta plá
Ra ta plá ta plá
Ra ta plá ta plá)
Que monotonia!
Que enfadonha letra!
Entretanto os melros
trinam de alegria.
Trinam, trinam, troçam.
─ Quatro mil soldados,
todos combinados,
negam a manhã!
Ra ta plá ta plá
Ra ta plá ta plá
Ra ta plá ta plá
Ra ta plá ta plá
Poema de Sebastião da Gama
Ra ta plá ta plá
quatro mil soldados...
vão mecanizados
pela estrada fora.
Sereninha a hora,
manhã linda, linda,
mas os quatro mil
marcham indiferentes.
Ra ta plá ta plá
que bonito é!
Mas à volta há flores
e nenhum as vê.
Passam andorinhas,
dizem-lhes recados.
De olhos encantados,
passam raparigas.
Ondas lhes acenam.
Melros e pardais
fazem-lhes sinais
pela estrada fora.
Mas os quatro mil
vão mecanizados.
Passos acertados
pelo rataplã;
os ouvidos dados
só ao rataplã;
olhos cegos, cegos,
coração entregue
só ao rataplã
(Ra ta plá ta plá
Ra ta plá ta plá
Ra ta plá ta plá)
Que monotonia!
Que enfadonha letra!
Entretanto os melros
trinam de alegria.
Trinam, trinam, troçam.
─ Quatro mil soldados,
todos combinados,
negam a manhã!
Ra ta plá ta plá
Ra ta plá ta plá
Ra ta plá ta plá
Ra ta plá ta plá
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