sexta-feira, 15 de agosto de 2014

PARÁBOLA DA OVELHA



Parábola da Ovelha
Poema de Sebastião da Gama

Inútil, inútil, inútil,
qualquer palavra....
Aparece-lhe , apenas .
Olha pra ela, simplesmente ,
com essa sinceridade
que só Tu e os santos sabeis ter .
Ela compreenderá .
Ela Te seguirá por todos os abismos,
por todos os infernos ,
pelos caminhos todos
e por todas as dores necessárias
para chegar ao Reino da Verdade .

Nem palavras, nem mesmo mensageiros .
Tu somente , Senhor ! , Tu lhe aparece.
Com Teu silêncio grávido da Tua
Revelação.
Ela Compreenderá .

E não dirá também uma palavra :
nem de perdão,
nem de arrependimento , nem de graças .
Guardá-la- à , Tua Revelação , no peito
e cerrará os lábios .
Mas seguirá por todos os caminhos ,
por todas as alegrias ...

Desamparada , espera.
Não sabe o quê , mas espera .
Não prometeste que vinhas .
( Tu não prometes nunca ... )
Mas virás .
E hás-de vir sem palavras.
Com Teus olhos serenos, simplesmente ,
com Teus modos serenos .

E ela compreenderá. Irá ter conTigo .
Serena, sem palavras.
Nem há.de reparar
que Te não vira nunca.
Irá serena, sem palavras
como se tudo aquilo

(sua tão longa espera
Tua chegada repentina,
vosso encontro sereno) ,
como se tudo fora combinado .

Sem comentários:

Enviar um comentário