Narciso
Poema de Sebastião da Gama
Curvei sobre o regato, o corpo todo ...
Porém , mal entrevi o meu retrato,...
que foi olhar e as água do regaro
se turbaram, manchadas no meu lodo .
Depois, cavei cá dentro com denodo ;
perfumei-me de flores azuis do mato ;
e, quando cri expulso o lodo inato,
mais uma vez curvei meu corpo todo..
E se águas tardaram em toldar ...
Mas debruço-me ainda, pois espero
que me hão-de um dia , claras espelhar .
Tanto faz ver-me belo ou feio, então ;
só cristalinas, límpidas , as quero,
prá tua sede antiga, meu irmão .
Poema de Sebastião da Gama
Curvei sobre o regato, o corpo todo ...
Porém , mal entrevi o meu retrato,...
que foi olhar e as água do regaro
se turbaram, manchadas no meu lodo .
Depois, cavei cá dentro com denodo ;
perfumei-me de flores azuis do mato ;
e, quando cri expulso o lodo inato,
mais uma vez curvei meu corpo todo..
E se águas tardaram em toldar ...
Mas debruço-me ainda, pois espero
que me hão-de um dia , claras espelhar .
Tanto faz ver-me belo ou feio, então ;
só cristalinas, límpidas , as quero,
prá tua sede antiga, meu irmão .
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