segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

ROMANCE


Romance
Poema de Sebastião da Gama

Era uma vez nós os dois ...
...
Comungámos os dois solenemente,
mas a hóstia desfez-se-nos na boca,
porque era pó, pó como a gente .

Bebemos Sol p'la mesma taça clara,
pra vencermos, na grande Linha Recta,
os pasmos as fraquezas e os medos.
E a taça esmigalhou-se em nossos dedos ...
Depois ...
os dedos nem sequer deitaram sangue,
porque éramos mentira nós os dois .

( In Itinerário Paralelo )

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